Quem as conhece não entende como duas meninas tão diferentes podem ter se dado tão bem e se tornado melhores amigas.
Bárbara é o que poderíamos chamar de “Patricinha”, “Dondoquinha”, “Filhinha do Papai” ou qualquer outro sinônimo de menina que só pensa em si e acha que o mundo gira em volta dela. A futilidade e a excessiva importância à aparência são o que mais chamam a atenção na menina, que quando convida os amiguinhos para seu aniversário, faz questão de lembrar que adora presentes “de marca”.
Carol não é um “bicho do mato”, mas não se importa muito com o que vai vestir, desde que esteja confortável. Festa de aniversário? Nem liga, mas se os amigos quiserem presenteá-la é rápida em sugerir: eu adoro ler! Livros!
Ambas estudam na mesma escola, mas nunca haviam se visto até aquele dia!
O mundo parece que vai acabar! O céu está escuro e a chuva alagando tudo. Para piorar, os motoristas de ônibus entraram em greve e a rua tem mais carros do que o normal.
As meninas chegam juntas e não tem opção senão sair correndo debaixo da chuva.
Mesmo ensopada e descabelada, Bárbara lança olhares de reprovação para Carol, que está vestindo uma capa de chuva surrada do pai e sacos de supermercado nos pés.
Ela fica irritada ao ver que a menina, após tirar todo aquele “lixo” do corpo, parece estar sequinha.
Toda molhada, Bárbara começa a tremer.
Dobrando a capa velha, Carol pergunta:
– Você não vai se trocar? Cuidado, assim você vai ficar gripada – diz com um sorriso no rosto.
– Eu não trouxe outra roupa… – responde a menina.
– Puxa vida, esqueceu? – pergunta Carol com os olhos arregalados.
Olhando fixamente a menina, Bárbara responde com arrogância:
– Claro que não! Acha que eu ando com roupa na minha bolsa? Ela ficaria toda amarrotada!
Dando de ombros, Carol dá um tchauzinho e vai saindo, mas vendo que a menina está tremendo mais ainda, arrisca:
– Eu tenho uma bermuda e uma blusinha aqui… Devem estar um pouco amassadas, mas estão secas. Se você quiser emprestadas…
O frio é tanto, que muito a contragosto ela aceita e as duas correm para o banheiro.
– Ah, olha o que eu achei: uma touca. Vai te deixar quentinha… Quer?
Bárbara torce o nariz, mas aceita.
Por um momento a menina se esquece do seu mundinho esnobe e caminha com a nova amiga pelo corredor, até que as meninas da sua sala vem ao seu encontro gritando:
– O que aconteceu com você? Foi assaltada e levaram sua roupas? O que é isso que você está vestindo?
Vergonha alheia foi o que ela sentiu naquele momento e olhando para Carol, responde ríspida:
– Qual o problema com essa roupa? Está limpa, cheirosa e quentinha!
As meninas caem na gargalhada e disparam:
– Você, usando roupa barata? Ah, o que você está aprontado amiga?
O sinal toca e todos correm para suas salas.
No recreio as novas amigas se encontram e muito envergonhada, Bárbara pede desculpas à Carol, que diz que nem liga.
Os dias vão se passando e as duas se sentem bem uma com a outra, mesmo com as diferenças visíveis no jeito de ser.
Bárbara aos poucos vai quebrando a resistência da amiga e a ajuda a ser um pouco mais vaidosa. Até fita no cabelo ela já está usando! Carol tem uma missão mais difícil: mostrar para a amiga que o supérfluo não é tão importante. Vocês acreditam que ela está lendo um livro, por livre e espontânea vontade?
E assim as meninas vão se conhecendo, se respeitando e criando um laço de amizade tão forte quanto improvável.

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