– É impossível que não exista vida em outro planeta! – diz Azulzinho olhando para o céu repleto de estrelas brilhantes.
Sentado de pernas cruzadas, ele procura atentamente por algum sinal que mostre que o que ele aprendeu na escola não está correto.
– É impossível que não exista vida em outro planeta! – repete, balançando a cabeça.
Para ter uma visão melhor do céu, deixa o corpo cair para trás e fica deitado, sem piscar os olhos.
O tempo passa e ele é vencido pelo cansaço e adormece.
O sono é tão profundo que ele sonha que está em uma nave espacial, chegando em um planetinha azul. Ao desembarcar é recebido por um menino igual a ele, só que com pelos* na cabeça. Ele olha para os lados e vê que todos os habitantes do planetinha são assim. Alguns tem pelos mais claros, outros mais escuros.
Alguns meninos usam chapéus e algumas meninas, fitas amarradas nesses pelos.
Azulzinho acha muito engraçado, mas segura o riso para não ser mal educado, afinal de contas sua mãe sempre lhe ensinou a respeitar as diferenças.
O menino fala. Ele vê que sua boca mexe, mas não ouve nenhum som.
Ele fica agoniado e seu corpo começa a tremer todo. Agora ouve uma voz lá no fundo, que vai ficando cada vez mais alta e clara.
– Azulzinho! – grita seu irmão enquanto o sacode.
Ele acorda assustado e ao ver que estava sonhando, fica muito triste.
– A mamãe está chamando para jantar – diz o irmão, puxando-o pelo braço.
Mais tarde, deitado na cama com a janela aberta ele não para de pensar no sonho que teve.
– Parecia muito real – resmunga.
Fechando os olhos ele tenta lembrar de todos os detalhes, mas na sua mente só vem a imagem dos pelos nas cabeças dos habitantes do planetinha.
De repente ele dá um salto da cama e grita:
– É isso! Vou dormir! Quem sabe não continuo o sonho de onde ele parou?
Então ele corre para o banheiro, faz xixi, escova os dentes e se joga de novo na cama. Apaga a luz, puxa a coberta e fica esperando o sono vir.
Rola para um lado, rola para o outro, mas a ansiedade não o deixa relaxar.
Parece que quanto mais ele quer dormir, mais difícil fica.
Aí ele se lembra que a mamãe sempre faz um chazinho para a vovó, para que ela durma bem.
– Manhêêê! – corre aos berros pela casa.
Alguns minutinhos depois lá está ele assoprando a caneca para esfriar o chá que sua mãe lhe preparou.
Assim que termina, já começa a sentir que os olhos estão pesando. Ele não luta contra, pelo contrário, volta para seu quarto, deita e adormece.
E não é que o sonho continuou?
Agora ele ouve perfeitamente o que lhe diz o menino, enquanto passeiam por ruas cheias de árvores e passarinhos, iguais aos do planeta onde ele mora.
Ele é só felicidade.
No fundo Azulzinho sabe que é só um sonho, mas será que não existe outro planetinha por aí, com pessoas iguais a nós, pensa ele.
E você amiguinho, o que acha?

* pelos: são os nossos cabelos

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