Gustavo está todo eufórico:
Ôba! Vamos viajar! – grita e corre pela casa.
Apesar de feliz, seu irmão Guilherme tenta lembrar o porquê jurou, um tempo atrás, que nunca mais viajaria de carro com a família.
Ele coça a cabeça, força a memória, mas a alegria de sair de casa por uns dias não deixa que ele lembre.
Ainda é quarta-feira e eles combinaram de sair de casa na sexta, logo após as aulas dos meninos.
Quinta-feira à noite. A mãe desliga a tv sob protestos da garotada, pois todos tem que fazer as malas para a viagem.
Guilherme pula do sofá gritando:
– Não!
A mãe, assustada, pergunta o que houve.
– Eu não vou viajar com vocês! – choraminga, quase em desespero.
– Mas, o que houve filhinho?
Arregalando os olhos e fazendo caretas, o menino balança os braços e grita:
– Eu quase morri sufocado dentro do carro!
– Tinham tantas malas e sacolas, que quase não sobrava espaço para mim!
E como a mãe fica sem reação, ele continua:
– Vocês são muito bagunceiros! Precisa levar a casa toda dentro do carro?
Como que saindo de um transe, a mãe reclama:
– Ah, vá! Até parece… Você é tão exagerado, Guilherme…
– Eu não vou! Vou ficar na casa da vovó! – diz, cruzando os braços e fazendo bico.
Mas como que por milagre, ele muda rapidinho de ideia quando a mãe se abaixa e pega um dos chinelos.
– Já estou indo fazer as malas! Seu argumento me convenceu! – grita enquanto corre para o quarto.
No dia seguinte durante a aula, só consegue pensar que em algumas horas ele pode morrer, esmagado por uma mala gigante ou por uma das sacolas cheias de tralhas do pai.
– Já estou até vendo a tv anunciando: “Morre a maior esperança do Brasil para a Copa do Mundo de 2026!” – pensa dramático.
Enfim o sinal toca e ele, lentamente, arruma suas coisas para sair.
Seu irmão Gustavo já está na porta, gritando para que ele se apresse:
– Vamos Gui! O papai e a mamãe já devem estar lá fora nos esperando!
Cada passo em direção ao portão é um sofrimento e ele segue lento, puxado pelo irmão.
Do outro lado da rua ele vê o carro dos pais.
– Nossa! Não tem nada no banco de trás! Iupi! – comemora.
Mas sua alegria dura pouco tempo, pois ele logo vê a mãe pulando para chamar sua atenção, alguns carros à frente.
Nem é preciso binóculos para ver que o carro está lotado.
Gustavo corre e se atira para dentro, enquanto ele, parado em frente à porta, chega à conclusão de que dessa vez os pais se superaram.
Espremido, ele faz cara feia e não se anima nem com a cantoria da família.
Quando saem da cidade e entram na estrada, seu irmão já está até babando, dormindo profundamente.
Ele então não tem alternativa, a não ser dormir também.
Chegando na casa dos tios ele vibra ao saber que grande parte das sacolas são presentes para seus primos.
Ufa! – suspira, imaginando que viajará mais confortavelmente na volta.
Qual o quê!
No domingo, depois de cumprimentar os tios e primos, ele se aproxima do carro e desanima.
– O que é tudo isso? Onde vocês arrumaram esse monte de coisas? – pergunta frustrado.
– Você viu que legal? – responde a mãe com uma pergunta, para completar em seguida.
– O seu tio nos deu um monte de frutas para levar para casa!
– E olha só essas sacolas! – diz o pai animado.
– Seu tio não quer mais a coleção de revistas em quadrinhos dele e me deu!
Olhando para o alto, de ombros caídos, Guilherme não tem o que fazer, a não ser entrar no carro, procurar um espaço para se encaixar e tentar dormir.
– Venha sono, venha… – murmura ele, desejando não ver o tempo passar.
E lá se vai o carrinho rua abaixo, mais cheio do que veio.

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