Essa é uma estória comemorativa ao Dia do Folclore – 22 de Agosto

Vovô Gustavo é um idoso prafrentex*, que gosta muito de se vestir com roupas modernas e de mostrar vitalidade.
Sempre que está com seus netinhos Lipe e Tiago, conta alguma peripécia de sua vida e na última visita não foi diferente:
– Meninos, lembrei-me de uma aventura que ainda não tinha lhes contado! – falou empolgado e com brilho nos olhos.
Os garotos já foram se acomodando no chão para não perder nenhum detalhe e pedindo:
– Conta, conta!
O avô não se fez de rogado e começou:
– Quando eu era mais jovem lá em Sete Lagoas, numa noite voltando do trabalho, estava muito cansado e resolvi cortar
caminho por um canavial para chegar mais rápido em casa. Quando volto para a estradinha de terra que levava até a vila onde eu morava, vejo um redemoinho se formar na minha frente e dou um salto para trás, pois tenho a impressão que ele está vindo na minha direção. O mais estranho é que não havia vento, nem cara de chuva naquela noite. E antes que eu pudesse fazer alguma coisa, um negrinho de uma perna só, salta do redemoinho e vem na minha direção!
Vovô dá uma pausa para recobrar o fôlego e fazer suspense e diz com voz tenebrosa:
– Isso mesmo meninos, eu estava frente a frente com o Saci Pererê!
Os meninos arregalam os olhos e pedem:
– Continua vovô, continua!
– Então eu olhei para ele e ele para mim sem falarmos nada… Por um momento fiquei na dúvida se ele pretendia me assustar, ou fazer amizade. Então ele se move e tira a carapuça** vermelha que estava usando. Fico intrigado, quando de dentro da carapuça começa a sair um novo redemoinho e nos envolve numa nuvem de poeira. Daí sou obrigado a fechar os olhos, pois a terra já começa a incomodar. Com medo de sair voando, agacho-me e apoio as mãos no chão.
Vovô dá uma nova pausa, desta vez para deixar os meninos mais curiosos e fica esperando a pergunta que não tarda a ser feita:
– E depois? O que aconteceu? Fala, fala!
– Como por encanto, a poeira e o Saci desaparecem!
– Só isso? – reclamam os meninos desapontados.
– Não teve nenhuma conversa? O senhor não tentou tocar nele? O senhor guardou alguma coisa que prove que isto realmente aconteceu? – disparam.
O avô espera eles terminarem com a enxurrada de perguntas e responde:
– Vou pegar a lembrança que guardei daquele dia para lhes mostrar!
Os meninos ficam ansiosos e se entreolham intrigados, quando avô volta do quarto com uma pequena garrafa, tampada com uma rolha antiga.
– Guardei nesta garrafa um pouco da poeira daquela estrada e tenho certeza que junto está um pouco do redemoinho do Saci!
Silêncio total por alguns momentos, até que todos riem e o vovô guarda seu tesouro no mesmo baú de onde tirou!

* prafrentex: gíria antiga para moderno
** carapuça: espécie de gorro

Nota: essa estorinha foi escrita por Katia Marques

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