São duas horas da tarde e o sol não tem forças para vencer o vento frio que castiga quem está nas ruas.
Mesmo assim, muito a contragosto, Vanessa e Verinha estão dentro de casa, tentando convencer a mãe a deixá-las sair.
– Vocês viram o frio que está lá fora? – pergunta a senhora, com as mãos na cintura.
– Mas eu estou de touca – retruca Vanessa.
– E eu de moletom – completa Verinha.
Por pouco a mãe não cede aos apelos das filhas, pois sabe que a tarde vai ser longa, com as duas reclamando o tempo todo, mas ela é firme e pensa primeiro na saúde da sua cria.
– De jeito nenhum. Vão arrumar o que fazer.
– Não tem nada para se fazer aqui dentro! – reclamam as duas ao mesmo tempo.
– Ah, mas não seja por isso! – responde a mãe, para completar em seguida:
– Vocês podem recolher e dobrar toda a roupa seca. Depois disso, tirem o pó dos móveis e aspirem o tapete da sala… – a mãe para de repente de falar, pois percebe que está sozinha. As filhas literalmente fugiram.
Com um sorriso maroto, a mãe vai cuidar das suas atribuições.
Onde estarão as meninas? Vamos procurá-las?
Ah, as danadinhas estão no quarto, bem quietinhas.
– Ufa, foi por pouco! – comemora Vanessa.
– Tá, mas e agora? O que vamos fazer? – pergunta Verinha.
Sentadas no chão, com as mãos no queixo, elas pensam. Pensam. Até que uma delas grita:
– Já sei!
– O quê, o quê? – diz a outra, animada.
– Não. Não vai dar certo… Vamos continuar pensando.
O tempo passa e elas estão ficando agoniadas, pois não conseguem encontrar nada legal para brincar.
– E se nós brincássemos de agente secreto? – propõe Verinha.
– Que chato! Isso é coisa para os meninos…
– Não, não é não! – discorda a irmã, completando:
– Imagine que nós estamos em um país distante e temos que chegar até um lugar, para roubar uma arma letal de um rei malvado que quer acabar com o mundo.
– Tá… – diz Vanessa, bocejando.
– A mamãe é a policial da guarda real e nós temos que ir daqui até a lavanderia sem que ela nos veja e trazer o ferro de passar roupas para cá. Essa vai ser a nossa primeira missão na agência, o que acha?
– Hum! Aí sim! Gostei da ideia! – responde a irmã, agora interessada na brincadeira.
– Mas quem ela ver, foi capturada, ok? – combina Verinha.
– Certo… Mas se eu for presa, você volta para me resgatar? – choraminga Vanessa.
– Claro sua bobona! Você acha que eu te deixaria nas garras desse tirano louco?
As duas riem e começam a planejar a estratégia para roubar o ferro de passar roupas, quer dizer: a arma letal do rei malvado.
A brincadeira dura a tarde toda e elas se divertem muito.
O quê? Vocês querem saber se elas conseguiram?
(Suspense)
Sim! Nossas amiguinhas são duas heroínas e agora desfilam em cima do carro de bombeiros, acenando para a multidão agradecida!
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