Gregório está entediado e com cara de poucos amigos.
Ele não queria ter vindo passar o feriado na casa da avó no interior.
Quando era menor ele adorava ficar aqui por causa das árvores, dos passarinhos e da liberdade de poder andar sozinho sem perigo algum.
Agora ele só quer saber de games e celular.
– Que droga! Isso aqui é o fim do mundo… Não tem videogame e o celular não tem sinal! – resmunga num canto.
Sua avó já tentou de tudo para alegrar o menino, mas sem sucesso.
A mãe fica preocupada, pois o jeito do filho deixa a sogra triste, mas a senhora de sorriso sempre aberto, continua tentando agradá-lo.
– É a idade… Ele já está ficando mocinho! – diz a avó justificando o neto.
Se durante o dia ele acha tudo muito chato e não encontra ânimo para fazer nada, imagine à noite!
O televisor ainda é de tubo e a imagem muito ruim.
– Só tem dois canais! – reclama para a mãe, que faz cara feia e pede para que ele fique quieto.
Pelo jeito o feriado vai se arrastar e demorar para terminar.
As atividades do dia não atraíram sua atenção. Pescar no rio com esse calor e envolto por uma nuvem de pernilongos, nem pensar. Subir nas árvores para que?
– Laranja eu só gosto da que vende no supermercado – responde, recusando a fruta já descascada.
– Gregório Henrique! É a mesma laranja! Ou você pensa que tem um laranjal nos fundos do mercado? – sussurra a mãe com os dentes cerrados.
À noite toda a família vai para o quintal conversar em volta de uma fogueira, enquanto ele se afunda no sofá e reza para que o seu martírio acabe logo.
Pela manhã, antes mesmo de abrir os olhos, murmura:
– Menos um dia. Faltam três.
Nem mesmo o cheiro do café e do bolo de fubá que se espalham pela casa fazem com que ele desamarre a cara brava.
A manhã passa, a tarde passa e ele parece parte da mobília, jogado numa rede que não tem vontade nem de balançar.
A família repete o ritual da conversa lá fora e ele se prepara para ir dormir, quando o pai o chama para juntar-se a eles.
– Vou dormir – arrisca, tentando fugir do que ele acha que vai ser uma chatice.
– É cedo. Amanhã você não tem aula. Venha para cá.
Contrariado, mas não querendo ver o pai bravo com ele, resolve sair.
Ao colocar os pés na varanda, a sua primeira visão é de um céu repleto de estrelas, algo que ele não lembrava ter visto um dia.
Uau! – diz, com os olhos arregalados, tamanha a beleza do que via.
– Eu não sabia que existiam tantas estrelas assim! Lá em casa só tem algumas… – continua, maravilhado.
Rindo o pai explica que as estrelas estão lá, mas que não dá para ver por causa da poluição e da luz da cidade.
A avó, satisfeita com a mudança do humor no neto, convida:
– Sente aqui com a vovó e me ajude a contá-las.
– E dá para contar vovó?
– Olha, eu comecei quando tinha a sua idade. Acho que já estou na metade. Nós dois juntos vamos conseguir terminar mais rápido.
Olhando para o céu e coçando a cabeça ele diz:
– Nossa, vai dar um trabalhão… Vamos começar logo, então.
A noite vai longe. Toda a família se recolheu, mas avó e neto ainda estão com os olhos grudados no céu, contando estrelas!

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