– Saiam daqui, moleques. Vão fazer barulho na porta das suas casas – reclama a mulher no portão.
– Corre gente! Cuidado com a bruxa – grita um dos meninos.
– Rápido, senão ela pega a vassoura e vem voando atrás de nós – gargalha outro.
Em alguns segundos a rua fica vazia e a mulher mal-encarada entra e bate a porta.
Da esquina, uma dezena de garotos fica gritando, dando risadas e falando mal da mulher.
– Ela é muito estranha, só veste preto – diz um deles.
– Eu ouvi dizer que de noite ela se transforma e voa por sobre as casas, procurando pessoas distraídas para serem seus escravos – informa outro.
Alguns deles fazem cara de que não acreditam, então o mais quieto da turma confidencia:
– É verdade sim. Sabem o filho do padeiro, da rua de baixo? Ela o pegou quando voltava da aula. Nunca mais ninguém o viu…
Nisso eles avistam Maristela subindo a rua e todos suspiram ao mesmo tempo.
– Como ela é linda!
– Ela não anda, desfila…
– Olá meninos! – cumprimenta a menina com voz doce.
– Oi Maristela! – fazem coro os meninos.
– O que é que vocês estão aprontando? Todos juntos assim, não é bom sinal – pergunta a menina.
– Nós estamos falando da bruxa. Você sabia que ela se transforma à noite? – diz Rodnei, afoito.
– Como vocês são bobos! Onde já se viu! Bruxas não existem – fala a menina, enquanto vai seguindo seu caminho.
Maristela é uma menina tranquila, que ama a natureza e gosta de ajudar as pessoas.
Ao passar em frente a casa da mulher, ela está agachada, tirando o mato do meio de suas plantas.
– Boa tarde! – cumprimenta a menina.
A mulher olha desconfiada e resmunga algo que não se pôde ouvir, mas rapidamente levanta e chama a menina:
– Ei, você. Pode me fazer um favor?
– Claro, senhora! – responde nossa amiguinha, solícita.
– É que eu estou precisando de uma vitaminas para as minhas flores, mas não posso sair agora, pois está na hora do carteiro passar. Será que você pode me fazer o favor de buscar o que preciso na floricultura, na outra rua?
– Posso sim! – responde sorrindo.
A menina vai em um pé e volta no outro, como se costuma dizer de alguém que andou rápido.
Agradecida, a mulher convida Maristela para ver suas roseiras.
Por um breve instante ela lembra do que os meninos disseram, mas sorri pensando no tamanho dessa besteira.
A mulher mostra todos os vasos, explica cada detalhe das plantas e conta que ficou viúva há algum tempo e que as pessoas se afastaram dela.
– Se esqueceram de mim. Ninguém mais me visita – diz com uma cara triste de dar dó.
– Ah, mas não fique assim! A senhora é nova aqui no bairro. Logo vai fazer muitas amizades.
– Qual o quê? – resmunga a mulher e continua:
– Os únicos que aparecem no meu portão são aqueles moleques malcriados.
Maristela sabe que os meninos são “tristes” e minimiza as “artes” deles:
– Não se irrite com eles. São meninos! A senhora sabe como demoram para crescer – diz, fazendo um careta.
A mulher sorri e concorda com a cabeça.
– Bom, então eu vou indo! – diz e pergunta logo na sequência:
– Será que eu posso passar aqui amanhã, depois da aula? Eu gostaria muito de aprender mais sobre as plantas!
– Claro, você será bem-vinda… Se quiser, pode trazer um dos seus amiguinhos também.
Feliz, a menina se despede e desce a rua em direção aos meninos.
Será que algum deles vai aceitar o convite?
Você aceitaria?

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