Jardel olha para o lado e lá está Juninho, coberto de espuma de barbear.
– O que você está fazendo, filho?
O menino, tirando o excesso que cobre a boca:
– Oras, fazendo a barba, como você!
O pai esboça um sorriso e pergunta:
– É a sua primeira vez?
Olhando para o pai, com cara de safadinho, responde:
– Claro que não, né pai! Eu já fiz outras vezes.
Um arrepio de nervoso percorre o corpo do pai, que costuma deixar o aparelho de barbear na gaveta.
– Filho, não pode mexer no meu aparelho de barbear. É perigoso, pois ele tem uma lâmina que corta, se você não souber usar!
– Relaxa pai… Eu uso o pente da mamãe para tirar a espuma – diz o menino, sorrindo e completa:
– E eu uso o creme dental, pois ele dá uma “ardidinha” gostosa!
Aliviado, o pai resolve então, entrar na brincadeira. Pega um banquinho e coloca o filho em cima.
– Pronto! Agora você pode se ver no espelho.
– Ah, agora sim! – diz o menino.
E lá ficam por longos minutos conversando e de vez em quando, jogando um pouco de espuma, um no outro.
– Agora nós vamos lavar o rosto, secar e passar uma loção pós-barba. Você vai gostar, pois ela deixa o rosto refrescante. Mas só um pouquinho, ok?
Saindo do banheiro, vão se sentar à mesa para o café.
– Nossa, mas que gatinhos lindos! Hum! E cheirosos, também! – diz a mãe.
Juninho, já com um pedaço de pão na boca:
– Nós fizemos a barba, mamãe.
Curiosa, a mulher olha para o marido, que esboça um sorriso e sinaliza que depois conversam sobre isso.
Servindo-se de mais leite, o menino, sem nenhum pudor, diz:
– A Claudinha que gosta desse cheirinho – e continua, sob os olhares surpresos dos pais.
– Ai… Ela tem uma mão tão macia! – diz, esticando as palavras.
A mãe, claro, ciumenta, reclama:
– Jardel Júnior, que história é essa?
Pai e filho se olham e caem na gargalhada!
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