Miltinho anda de um lado para o outro, nervoso.
Esfrega as mãos e a todo momento vai até a janela, conferir se tem alguém chegando.
Olha para trás e vai até a mesa. Ajeita simetricamente os docinhos, confere a decoração e volta para a janela.
Conforme o tempo vai passando, ele fica mais ansioso e corre até a cozinha.
– Que horas são, mamãe?
Tampando a panela com carne louca*, a mãe levanta os olhos para o relógio:
– Faltam vinte minutos para as quatro horas, ainda – e enquanto verifica algo no forno, completa:
– A festinha está marcada para começar às quatro. Seus amiguinhos devem começar a chegar depois disso.
O menino então, volta para a sala:
– Vinte minutos? Ainda? Por que eu não marquei para as três horas? – reclama consigo.
Alguns minutos depois ele abre a porta e toca a campainha.
– Só estou vendo se está funcionando – grita para a mãe.
Esticando os olhos para o relógio na parede da cozinha, vê que agora só faltam dez minutos e sente calor.
Olha para o espelho e acha que o cabelo não está muito bem arrumado. Confere se o perfume ainda está ok. Estica a roupa com as mãos e volta a andar para lá e para cá.
Enfim, quando o ponteiro dos segundos está quase chegando para completar quatro da tarde, a campainha toca.
Dim-Dóm!
O coraçãozinho do menino dispara e ele literalmente trava no lugar.
Quando a mãe aparece, enxugando as mãos no avental, ele está tentando chegar à porta.
– Boa tarde dona Maria! Oi Miltinho, Feliz Aniversário!
O primeiro a chegar é o Nando, vizinho deles, que entra sorrindo com um pacote todo colorido.
– Cara, ainda bem que você chegou! Olha a hora! Será que o pessoal vem? Será que ela vem? O que você achou da decoração? Que música eu coloco primeiro? Você acha que eles se perderam pelo caminho? – diz nosso amiguinho, parecendo uma metralhadora.
O amigo não tem tempo de responder, pois a campainha toca novamente e nos próximos minutos toda a turminha começa a chegar.
Miltinho agora está andando para lá e para cá, mas para servir o pessoal, que se farta com as delícias que sua mãe preparou.
Enquanto um grupo dança no centro do tapete, outro fica em volta do videogame.
O menino olha para os amigos e fica aliviado em ver que eles estão se divertindo.
Os copos descartáveis vão se amontando pelos cantos e ele fica feliz por ter convencido sua mãe a não trocar os refrigerantes por sucos.
– Mãe, a galera gosta de refri! Eles não vão querer beber esses sucos estranhos que você faz! – lembra.
Ele está tão entretido em seus pensamentos, que não percebe Soraya, aproximando-se e quase toma um choque quando sente a mão dela tocando a sua.
– Festa legal, Miltinho! – diz a menina, abrindo um sorriso enorme.
– Fiz pensando em cada detalhe, só para te agradar! – apenas pensa o menino, que faz cara de bobo e diz:
– Que bom que você gostou! E a música?
– Perfeita! Eu adoro a Manu! – responde a menina, puxando-o para dançar.
Imaginem a felicidade dele!
A festinha vai acontecendo até que chega a hora de cantar para o aniversariante.
As luzes se apagam e as velinhas começam a brilhar, enquanto a criançada grita e bate palmas.
Mal terminam e os primeiros a serem atacados, são os brigadeiros.
Aos poucos os pais vão chegando e as crianças se despedindo e indo embora. No final, sobram a mãe, o aniversariante e o vizinho, jogados no sofá, exaustos.
Pegando na mão da mãe, nosso amiguinho agradece:
– Obrigado Mamãe! Foi tudo perfeito!
– Ih, esqueci de servir o sorvete! – diz a mãe, arregalando os olhos.
– Alguém quer? – pergunta.
Os meninos fazem careta e dizem que estão empanturrados e não aguentam mais nada.
– Bom, nesse caso, vamos começar a arrumação? – propõe a mãe.
Nando, colocando a mão no ouvido:
– Minha mãe está me chamando! Tchau dona Maria… Valeu cara, até amanhã – diz o vizinho, já chegando à porta.
Mãe e filho se olham e riem.
– Vamos nessa mamãe! Depois de comer tanto, uma atividade física vai ajudar na digestão…

* carne louca: carne desfiada, com molho de tomate, que serve de recheio para sanduíches. Muito comum em festas de aniversários no Brasil.

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