– Bem-me-quer… mal-me-quer? Ah não!
– Bem-me-quer… mal-me-quer? De novo?
– Manhêêêê! Ô manhêêêêêê! Vem aqui!
Sentada no chão, de pernas abertas, essa é a Renatinha, 6 anos – quase 7, como ela faz questão de dizer.
Alguns momentos se passam e a porta do quarto se abre.
– O que foi agora filhinha?
– Puxa mãe, essas flores estão com defeito! Elas nunca dizem que o Paulinho gosta de mim! É a quinta flor!
Antes que a mãe pudesse dizer algo, a menina dá um pulo e com os olhos arregalados continua:
– Será que é verdade mamãe? O Paulinho não gosta de mim e não vai casar comigo? E os nossos filhos, seus netos? – Diz com ar sofrido e fazendo drama.
– Será que eu vou ficar como a tia Solange? Solteirona não! Ah não mamãe, tudo menos isso!
A mãe, fazendo uma força enorme para não rir, coloca a menina no colo e diz:
– Olha – esticando as letras para ganhar tempo – quem sabe se é o Paulinho mesmo que irá casar com você? Talvez as flores estejam te avisando que o seu marido vai ser outro. Mas é claro que você vai casar e me dar netos. Pelo menos dois, está bem?
A menina parece não acreditar no que a mãe acabou de lhe dizer, tanto que fica de boca aberta e olhos arregalados por um bom tempo, até que se sacode toda, como se estivesse saindo de um transe.
– Mãããããeee?!?!?! Você ouviu o que acabou de dizer? Eu nunca vou casar com outro menino porque é do Paulinho que eu gosto!
Renatinha agora anda de um lado para o outro, agarrada ao que sobrou da flor e continua:
– Eu e ele nos amamos desde que eu tinha quatro anos! Sabe o que é isso mamãe? É uma vida! Como pode agora ele não gostar mais de mim?
De repente ela para, levanta a cabeça e grita:
– Nãooo!!! Será que ele está gostando da menina nova, só porque ela tem cabelos encaracolados?
Como a menina já estava fazendo biquinho de choro, a mãe, que antes estava achando tudo bonitinho, preocupa-se e senta junto dela no chão. Por um momento fica quieta, observando as últimas pétalas da flor serem arrancadas, até que quebra o silêncio:
– Sabe quantos anos eu tinha quando conheci o seu pai?
A pergunta desperta o interesse de Renatinha, que esquece a flor e arruma o corpo, num sinal de que está pronta para ouvir a resposta.
– Eu estava no último ano da faculdade. Tinha acabado de fazer 21 anos.
Surpresa, a menina solta essa:
– Nossa, você já era velha quando conheceu o papai! Deu sorte de ainda conseguir casar…
A mãe, novamente surpresa com a filha, desabafa:
– Renatinha, você anda assistindo muita novela durante o dia! Quer saber? De agora em diante quando quiser assistir tv, só desenhos, ok? Você tem que ver uma programação adequada à sua idade!
Antes que a mãe pudesse continuar o sermão, ouvem a voz do irmão gritando da sala:
– Rê, telefone para você. É o Paulinho.
Mãe e filha se olham, riem, fazem careta e a menina dispara porta afora.

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