Da janela do seu quarto, Helena passa horas observando a árvore em frente à sua casa.
– Essa árvore é muito estranha – pensa.
Às vezes ela até usa o binóculo do seu pai para tentar ver algo suspeito.
– As folhas dela não caem nunca?
Na verdade, caem sim, mas só quando a menina passa debaixo dela e isso a deixa intrigada.
Ela já comentou isso com os pais, mas eles não acreditaram.
– Isso é coisa da sua cabeça, filhinha! Olha só quantas folhas no chão – disse a mãe.
Esses dias ela estava no banho, quando ouviu sua mãe gritando para a vizinha tirar as roupas do varal, porque estava ventando muito e ia começar a chover.
Mais do que depressa a menina sai do banheiro toda molhada, enrolada em uma tolha, só para espiar pela janela.
– Que ventania! Agora quero ver se as folhas caem ou não!
A expectativa era tão grande que ela não percebeu que o chão ficou todo encharcado.
– Eu falei! Ninguém dá bola para mim! Olha lá! Não caiu nenhum folha! – comemora tanto, que não percebe a mãe entrando no quarto.
– Helena! Que aguaceira é essa?
– Da chuva! Eu corri fechar a janela… – tenta em vão enganar a mãe.
Com as mãos na cintura a mãe retruca:
– Não minta para mim! É óbvio que você veio molhando tudo desde o banheiro só para olhar a árvore!
E descendo as escadas para pegar um pano para secar o chão, vai falando sozinha:
– Essa menina não tem jeito! Que fixação com as folhas dessa árvore…
Para poder comprovar suas suspeitas, ela teria que ir até lá fora, mas quem disse que a mãe ia deixar?
– Você está louca? Quer pegar uma pneumonia? Você acabou de tomar banho quente e quer sair na chuva? Nananinanão!
No dia seguinte ela acordou mais cedo, mas a calçada já tinha sido varrida, então ela não pôde confirmar nada.
Na volta da escola, ao passar pela árvore, recebeu uma chuva de folhas e gritou:
Ahá, eu sabia!
Dançou e comemorou, mas parou de repente e fez silêncio, colocando as mãos nas orelhas.
– Parece que ouvi risadas – diz em voz alta.
– Hahaha! – várias vozes riem ao mesmo tempo.
Assustada ela olha para cima e vê os meninos da vizinhança sentados nos galhos mais altos, jogando folhas nela.
– Seus… Seus moleques! – grita com eles e entra, batendo o portão.
– Ela acha que a árvore é mágica! – diz Felipe, quase fazendo xixi nas calças de tanto rir.
Oops!
Quase que um dos meninos cai, mas é seguro em tempo por um dos amigos.
Helena chega bufando e joga a mochila em um canto do quarto e não percebe que algumas folhas ficaram presas nela.
– Desça rápido filhinha. Você tem que almoçar e ir para o balé – grita a mãe.
A menina mal tem tempo de se trocar e já corre almoçar, esquecendo um pouco o que aconteceu.
Sua aula termina mais tarde do que de costume e na volta sua mãe resolve passar no mercado, na farmácia, na pet shop e se já não tivesse ficado bastante tempo fora, ainda passaram na casa da vovó.
Ih! Perdemos a hora – diz a mãe, colocando outro pedaço de bolo na boca, beijando a vovó e saindo.
– Seu pai vai brigar comigo! A sorte é que a comida está pronta, só preciso esquentar…
Com a correria, Helena chega, toma banho e desce para o jantar.
Seu pai trouxe um DVD novo e os três sentam para assistir.
– Que lindo! Mas achei que ela devia ter beijado ele no final! – diz a mãe quando o filme acaba.
– Eu só quero saber de dormir – resmunga Helena enquanto se arrasta escada acima.
Abre a porta do quarto e se joga na cama.
Silêncio por alguns segundos e ouve uma vozinha:
Psiu! Ei, Helena!
Ela abre os seus olhos, senta, acende a luz e não encontra ninguém.
Está quase voltando a deitar quando ouve de novo:
– Aqui Helena! Olha para baixo!
A menina então olha para o chão do quarto e vê várias folhas da árvore.
Esfrega os olhos não acreditando no que vê, mas não tem tempo de fazer nada, pois sua mãe entra logo atrás para desejar-lhe boa noite e recolhe as folhas do chão.
– Que sujeira!
E com os olhos arregalados e a voz presa na garganta, vê a mãe levar as folhas embora.
– Talvez a única prova de que eu estava certa! – choraminga.
Levanta-se então e olha a árvore pela janela e leva um susto.
– O que é isso?
A árvore brilha, como se mil vaga-lumes estivessem nela.
E nós só vamos ficar sabendo o que está acontecendo, na próxima estorinha da Helena.

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