Estamos às vésperas das férias escolares e o céu de todas as cidades fica multicolorido com pipas de todos os tamanhos.
Todos os anos, de maio a julho, quando o vento sopra mais forte, a garotada se reúne para soltá-las.
Mal o sol nasce e as ruas, praças e parques ficam cheios, na maioria de meninos, segurando carretéis com centenas de metros de linha.
Muitos esquecem-se até de comer e só voltam para casa no final do dia.
Quando uma pipa solta-se ou é cortada pela linha de outra, começa uma correria perigosa da garotada, que se arrisca em meio aos carros para tentar capturá-la.
Quase sempre ela fica presa nos fios dos postes, árvores ou sobre as casas. Tentar pegá-las não é boa ideia, mas tem crianças que fazem de tudo para isso, considerando-a como um troféu.
Um outro perigo são as linhas com cerol, que é um pó muito fino de vidro, que é grudado à linha com cola. A linha então, fica muito cortante e pode machucar seriamente quem a utiliza e a qualquer um que for atingido por ela.
Amiguinho, se você ver um pedaço de linha de pipa pendurado, nunca puxe-o, ok?
Mas a nossa estória vai começar agora.
Imagine uma pipa de quatro cores, com uma rabiola bem grande e bonita.
Seu nome é Ludmila!
Nossa amiga foi feita com um papel resistente à água, por isso ela não tem medo de chegar perto das nuvens.
Às vezes é meio abusada, pois faz questão de passar por dentro de nuvens carregadas e sai cheia de gotas d’água, olha para as amigas de papel comum, se sacode toda e solta uma gargalhada.
A cada dia que passa, ela vai se aventurando e voando cada vez mais alto.
É comum também, enfrentar ventos fortes que a deixam toda torta. Pensa que ela liga? Que nada! Ela justifica que suas varetas são de um plástico muito forte e flexível.
– Sou quase indestrutível! – gaba-se.
Mas quem procura, acha…
O vento muda de repente, deixando o céu escuro e as amigas de Ludmila se recolhem com medo, procurando abrigo.
– Vamos Lú! – gritam.
– Vou nada! Eu quero emoção! Olha essa ventania que maravilha! – diz a pipa, alucinada.
Ela deveria ter ouvido as amigas e avaliado o risco, pois uma rajada muito forte de vento a arrasta para longe, sem que ela consiga se segurar.
– Logo vai passar! – pensa, agora assustada.
Só que não é isso o que acontece.
Agora ela está no meio de várias correntes de vento que se chocam, fazendo com que ela seja jogada para todos os lados.
Nossa amiga fica completamente desorientada e nada pode fazer, a não ser deixar que o vento a leve.
Muito tempo depois vem a calmaria e Ludmila descobre da pior maneira, que ela não é indestrutível.
Uma de suas varetas se soltou e rasgou boa parte do papel, obrigando-a a fazer muita força para permanecer no ar.
Ela olha para todos os lados e não reconhece nada por alí.
Por sorte, uma brisa suave vai levando-a de volta para casa.
De longe avista as amigas e fica envergonhada, pois sempre contou muita vantagem.
– Elas vão rir de mim… – pensa, triste.
Que engano!
Ao vê-la toda arrebentada, as amigas correm para ajudá-la e ficam felizes porque ela está viva!
Tudo isso o que aconteceu, foi uma lição de vida para a pipa, que descobriu que tem amigas de verdade e aprendeu que na vida, temos que respeitar nossos limites.

A pipa recebe outros nomes dependendo da localidade. Ela também é conhecida como Papagaio, Raia, Quadrado, Pandorga, Maranhão, entre outros.

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