Vruuummm!!!
Lá vai o carrão passando rápido!
Scriiiiinchhh!!!
Lá vem de volta, freando e arrastando os pneus!
A torcida nas arquibancadas vibra e balança as bandeirinhas.
Martim se enche de orgulho!
Não… Martim não é o piloto. Ele é um dos pneus que equipa o carro de corrida.
Sua vida é sempre cheia de emoções!
A equipe lhe trata muito bem. Ao final das provas ele é limpo e lhe passam um produto para que fique brilhando.
Ele adora a velocidade, as curvas e principalmente as freadas, quando ele se agarra firme ao chão, gritando de emoção:
– Scriiiiinchhh!!!
E assim ele vai, de cidade em cidade, junto com seus amigos, levando alegria para todos.
Mas o que ele não sabe é que a vida nas corridas é curta.
Aos poucos a sua borracha vai acabando e ele tem mais dificuldades para se agarrar na pista.
Então, o inevitável acontece: ele é trocado por outro pneu mais novo!
Por um tempo ele fica esquecido, no fundo da oficina itinerante. O pior acontece mais tarde: ele e outros são levados a um local onde centenas deles ficam amontoados, sem glória, sem glamour e sem carinho.
Triste e não entendendo por que está ali, fica quieto, cabisbaixo, até que um dos muitos pneus empilhados, puxa conversa:
– Carro sport?
Olhando, mas sem entender a pergunta, Martim responde perguntando:
– Como?
– Você era pneu de um carro esportivo?
– De corrida – responde nosso amigo, sem muita animação.
– Nossa, que legal! Você era uma estrela, então? – e aumentando a voz:
– Ei pessoal, nós temos uma celebridade aqui! Ele era de um carro de corridas!
– Grande coisa… Vai ter o mesmo destino que nós, já, já… – resmunga um pneu muito grande, provavelmente de um caminhão.
Martim se agita e pergunta:
– Como assim, mesmo destino? O que vai acontecer conosco?
– Não ligue para ele. Ele é um velho ranzinza – responde o outro pneu.
Mas Martim sente que algo ruim irá acontecer e interpela o velho:
– O que vai acontecer conosco?
– O que acontece com tudo o que não tem mais serventia: nós vamos ser transformados em asfalto.
Os pneus do enorme monte se agitam com a revelação do velho, que continua:
– Isso se tivermos sorte, pois em muitos lugares eles fazem fogueira conosco.
A agitação por causa da resposta do velho, faz com que todos se agitem, a pilha balance e alguns deles saiam rolando.
Martim não quer virar asfalto, muito menos fogueira. Então ele se agita até que se desprende do monte e sai pulando, batendo em tudo e num lance de muita sorte, passa por cima do muro e desce a rua em alta velocidade.
Depois de alguns minutos rolando sem poder parar, ele acaba sem energia e tomba perto da calçada.
Sem fôlego, só consegue ouvir:
– Olha papai, um pneu. Vamos levar?
Ele não ouve mais nada durante um bom tempo.
Quando acorda, olha para cima e vê que está amarrado.
– O que fizeram comigo? O que é isso? Onde estou? – chora, desesperado.
E é em meio a lágrimas que ele sente um tranco que o joga para cima e depois para baixo, provocando uma sensação boa de liberdade, como ele tinha nas pistas.
Aos poucos vai conseguindo ouvir gritos de crianças alegres e depois que sua visão fica mais clara, pode constatar que virou um balanço, amarrado ao galho de uma árvore, no quintal de uma casa.
Enfim, nosso amigo Martim tinha voltado a ser uma estrela!
Agora vive rodeado de crianças que fazem fila para brincar com ele.

ATENÇÃO: você está acessando nosso site usando um celular ou tablet, por esse motivo não consegue ver os nossos Dedoches!
Cada estória vem com um par de dedoches para você imprimir, recortar e fazer com que a brincadeira seja muito mais divertida!
Acesse agora através de um computador ou notebook para conhecer os Dedoches!

Ei, que tal tornar a estória mais interessante, imprimindo e usando os nossos dedoches?

 

Ícone Dedoche
Ícone Imprimir Dedoches
Ícone Dedoche