Mariana era uma menina de muita opinião.
Do alto dos seus 6 anos deixava a todos irritados com as suas ideias sobre tudo. Até sobre política e futebol ela falava!
Gostava muito de comer, principalmente frutas e legumes… mas que não lhe oferecessem bananas!
Ninguém sabe o porquê dessa aversão por uma fruta tão gostosa e bonita.
Não adiantava cortá-la em rodelas e oferecer-lhe coberta de leite condensado, misturada a outras frutas ou como recheio de tortas. Seu faro para bananas era como de um tamanduá para formigas.
Seu tio era fanático corredor e consumia muita banana – segundo ele era bom para evitar cãibras, porque tem potássio. Nem assim conseguiam convencê-la a experimentar.
Sua mãe conta que a primeira vez que ofereceu-lhe a fruta amassadinha, a menina de pronto cuspiu tudinho em seu rosto.
Mariana era triste!
Certo dia entretanto, assistiu um vídeo sobre a fome em um país da África. As cenas das crianças fracas e chorando de fome ficaram em sua cabeça durante todo o dia e a noite, para surpresa de todos, pediu uma banana para sua mãe após o jantar.
Respirou fundo e começou a descascá-la… A família toda nem respirava, tamanha a expectativa. Olhavam de rabo de olhos enquanto Mariana levava a banana à boca.
Entre uma mordida e outra ela chorava e ninguém entendia o porque.
Ao terminar, sorriu e levou a casca até a lixeira. Ninguém ousou perguntar nada!
Depois do banho, antes de dormir, ajoelhou-se, juntou as mãos, olhou para cima e pôs-se a conversar com Deus:
– Papai do Céu… como banana é gostosa! (Pausa) Eu fui muito boba em não experimentar antes… mas sabe como é, eu sou muito turrona, como diz o vovô…
Fez o sinal da cruz, deitou-se e dormiu.
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