– Vítor! Ô Vítor, vai para o banho, filho! – berra a mãe pela centésima vez.
Mesmo assim, nada do menino responder. Silêncio total.
A mãe, fazendo várias coisas ao mesmo tempo, não pode parar para procurar o filho, então vai gritando até que ele resolva responder.
Escondido embaixo da cama, Vítor e seu fiel “Porco Cabeção”, um encardido porquinho de pelúcia, riem baixinho.
– Ela nunca vai nos encontrar aqui. Viu como fui esperto em colocar essas caixas de sapato na frente? – orgulha-se o menino, conversando com o amigo de pano.
Com o tempo passando e a mãe deixando de chamá-lo, nosso amiguinho vai ficando com sono e adormece.
Muito tempo depois ele desperta e estranha o silêncio na casa. Como sua barriga está roncando de fome, resolve sair e ir até a cozinha.
No caminho, achou alguns objetos estranhos pela casa.
– Quando foi que o papai pintou a sala de verde? – pensa, esfregando os olhos.
Chegando na cozinha, toma um susto ao ver uma mulher que ele não conhecia, preparando a comida.
– Quem é você? – pergunta assustado.
– Eu sou a Filó. E você, quem é? – responde a mulher, sem parar de cortar as cebolas.
O menino demora a responder, pois está intrigado com o fato de que tudo parece muito diferente.
– A geladeira, o fogão e os armários não eram assim – resmunga para si.
Por fim, encara a mulher e diz:
– Eu sou o Vítor. Moro aqui. Minha mãe te contratou para ajudá-la?
Filó coloca a faca de lado e olhando para ele:
– Você não mora aqui. Eu trabalho a quase dez anos e nunca te vi com o senhor Paulo! Aliás, quantos anos você tem?
– Sete… mas, quem é o senhor Paulo?
– Deixe de gracinhas menino. O senhor Paulo é o dono dessa casa – responde já sem paciência a mulher.
– Mentira! O dono dessa casa é o meu pai! – grita o menino, voltando-se e caminhando pela casa, à procura da mãe.
– O que está acontecendo? Onde estão as nossas coisas? Quando foi que o papai comprou uma televisão tão grande assim? – murmura.
Achando que está na casa errada, volta e pergunta para a mulher o endereço dali.
– Rua das Flores 187.
– Meu Deus! É o meu endereço mesmo! – pensa.
– Moça, por favor me ajuda! Eu moro aqui! Eu me escondi da mamãe, dormi, acordei e tudo mudou!
A mulher, já querendo enxotar o menino dalí, responde:
– Olha aqui, o que sei é que o senhor Paulo comprou essa casa de um tal de Ernesto, casado com uma tal de Eliete. Eles venderam a casa porque o filho deles fugiu quando era pequeno e nunca mais voltou. Agora vá embora daqui, porque meu patrão vai chegar e vai se zangar com você aqui.
Vítor sai correndo e se joga para baixo da cama, chorando agarrado ao porquinho.
– Será que eu dormi todo esse tempo? Onde estarão o papai e a mamãe? Por que eu não obedeci a mamãe e fui tomar banho quando ela chamou? – soluça o menino.
Em meio às lágrimas, vai se acalmando e adormece novamente.
– Vítor, eu não vou te chamar de novo!
O menino vai abrindo os olhos e ouvindo essa frase lá no fundo, como se a mãe estivesse distante.
– Agora chega Vítor, eu vou parar tudo o que estou fazendo e ir te dar umas palmadas!
A voz da mãe enche Vítor de alegria, que sai ligeiro do quarto e corre abraçá-la.
– Mamãe! – grita enquanto chora.
– Eu tive um pesadelo horrível!
E emendando uma palavra na outra conta toda a estória, deixando a mãe confusa.
– Tá, tá… Agora vá tomar banho e venha jantar. Seu pai já deve estar chegando!
– É para já! – grita, batendo continência, como se fosse um soldado.
E lá se vai ele, todo feliz e aliviado, tomar banho e dar banho no seu amigo porquinho.

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