Essa estória é uma homenagem ao Dia de Finados – 02 de Novembro
– Muito bem classe, todos guardando seus livros e cadernos que o sinal já vai tocar! – diz a professora animada.
– Nossa, professora! Essa alegria toda é porque amanhã é feriado? – pergunta Marcela.
– E isso não é um ótimo motivo para ficar feliz? – responde a professora com as mãos na cintura.
– Eu queria dormir até tarde, mas meus pais vão visitar minha tia no cemitério… – reclama Douglas.
De olhos arregalados, Patrícia pergunta:
– O que aconteceu com sua tia? Ela morreu?
Pronto, a classe toda cai na gargalhada.
Paciente, o menino explica:
– Sim, minha tia morreu. Mas já faz bastante tempo – e dando uma pausa para continuar:
– Como amanhã é Finados, nós vamos levar flores para ela.
– A minha vó foi cremada – diz Suzana.
Levantando-se e apontando para cima, Jorginho informa:
– Todos os meus avós estão no Céu!
– O Céu não existe! – diz Claudinha, torcendo o nariz.
A professora, percebendo a diferença de opiniões, intervém, rápida:
– Quem aqui acredita em Papai Noel?
A maioria da classe grita que sim.
– E no Coelhinho da Páscoa?
A mesma turma confirma.
– Hum, deixe-me ver… E no Homem Aranha?
Os meninos gritam que sim, eufóricos, enquanto as meninas riem.
– Ok… E na Cinderela?
Agora é a vez das meninas gritarem e os meninos acharem graça.
Esperando a turma se acalmar, a professora continua:
– Estão vendo só? Cada um tem a sua opinião e nós precisamos respeitar!
– Mas quem está certo, professora? – pergunta Aninha.
– Vocês todos! Cada um é livre para pensar e acreditar no que quiser!
Nisso o sinal toca e as crianças vão embora.
Nelsinho não abriu a boca durante a discussão, mas está pensativo no caminho de volta para casa.
À noite quando o pai chega, ele se aproxima e pergunta:
– Papai, o que aconteceu com o vovô depois que ele morreu?
Pego de surpresa, o pai que não frequenta nenhum culto religioso, não sabia o que responder.
Após o jantar, enquanto o menino olha para o céu, o pai se aproxima e sem falar nada, lhe dá um abraço.
Nelsinho suspira, sorri e com um brilho nos olhos diz:
– Eu acho que o meu avô é uma dessas estrelas no céu!
Nós lhe desejamos nesse dia que, independentemente da sua crença, você possa lembrar com carinho de todos aqueles que se foram e deixaram saudades!
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