O tema da redação é: O trabalho dos meus pais.
– Quem terminar pode descer e ir para a quadra – diz a professora.
Edu comemora.
Ôba! Minha mãe não trabalha, então só tenho que escrever sobre meu pai – diz o menino para os amigos.
O pai de Edu tem uma loja de materiais para construção e sua mãe fica em casa, cuidando dele e da irmãzinha. As mães dos seus amigos trabalham fora e tem empregadas que cuidam de tudo.
Quinze minutos depois ele entrega a redação e vai se divertir com as atividades da professora de educação física.
No dia seguinte ele recebe a redação de volta, com a nota.
– Cinco? – reclama.
E olhando para a professora sem saber o porquê não tirou um dez, questiona:
– O que eu errei, professora?
– Você só escreveu sobre o trabalho do seu pai. Eu pedi para que escrevesse sobre os dois – responde a professora.
Aliviado o menino dispara:
Ah, que susto! Eu tinha que ter escrito que a minha mãe não faz nada…
Levantando-se ele caminha em direção à professora com a redação na mão.
– Toma professora, pode corrigir a nota!
Afastando a cadeira da mesa e encarando o aluno, a professora pergunta:
– Vocês tem empregada em casa?
– Não – responde Edu.
– Sei… E quem faz as tarefas da casa, como lavar roupas, varrer e cozinhar?
Ah, essas coisas aí quem faz é a minha mãe!
Voltando a cadeira na posição de antes, a professora continua o que estava fazendo e lhe diz:
– Então a sua nota está correta, pois a sua mãe trabalha em casa.
Ante os olhares perplexos dos amigos, ele volta para a carteira reclamando:
– Vocês ouviram isso? Que absurdo! – e sentando, completa:
– Vou reclamar com a minha mãe!
Chegando em casa após as aulas, a primeira coisa que faz ao entrar é gritar pela mãe.
– Estou na lavanderia! – responde a mulher.
Jogando a mochila no chão, ele vai para a mesa e fica aguardando a mãe lhe servir o almoço.
– Só um minuto, filhinho! Estou terminando de pendurar as roupas no varal. Já vou fazer o seu prato.
Impaciente, Edu aguarda a mãe.
– Pronto! Tudo bem na aula? Está com muita fome? Posso encher seu prato?
Rindo, quase gargalhando, o menino comenta o ocorrido com a mãe.
– Mãe, você não vai acreditar na besteira que a minha professora disse hoje! – e balançando a cabeça negativamente, completa:
– Ela não me deu dez na redação, só porque eu disse que você não trabalha!
– Eu falei para ela: minha mãe não faz nada e mesmo assim ela disse que você trabalha em casa!
Agora ele solta uma gargalhada e olha para mãe, esperando que ela faça o mesmo, mas ao contrário do que imagina, ela coloca as mãos na cintura e reclama:
– É isso que você acha de mim? Que eu não faço nada?
Mudando o semblante, Edu fica mudo.
– Eu acordo cedo, preparo o café da manhã, sofro para tirar você e sua irmã da cama, ajudo a vestirem os uniformes, faço o lanche para levarem para a escola e depois que vocês saem, eu levo o Totó para passear, cuido da roupa, limpo a casa e preparo o almoço!
E visivelmente chateada, continua:
– Isso é só na parte da manhã… Depois do almoço, lavo a louça, recolho a bagunça que vocês fazem, vou ao mercado, ajudo na lição de casa depois que vocês tiram um cochilinho, preparo o lanche da tarde, faço o jantar e dou banho na sua irmã.
Entregando o prato de comida para o menino, completa:
– E você diz que eu não faço nada?
A mãe sai para chorar lá fora e o filho percebe.
Com o coraçãozinho apertado, ele fica sem reação.
Enquanto a irmã dorme, ele escreve sem parar e ao terminar, leva o papel até a mãe.
– Mamãe… Eu refiz a minha redação. Mesmo que a professora não mude minha nota, faço questão de trocar as redações.
Estica o papel em direção à mãe, que seca as mãos no avental e senta para ler.
Logo na primeira linha seus olhos já começam a se encher de lágrimas.
– “Minha mãe trabalha em casa. A função dela é cuidar de tudo para que a nossa casa funcione bem. Ela não para um minuto sequer. A comida é servida na hora certa e a minha roupa sempre está limpa e passada. O chão da minha casa brilha, mesmo com a sujeira e a bagunça que eu e minha irmã fazemos. Ela começa a trabalhar antes que eu acorde e acho que só vai dormir muito tempo depois que eu adormeço. Com tudo isso, ela não tem salário, nem férias. Eu gostaria muito de pagar pelos serviços dela, mas como eu não trabalho, a única coisa que posso fazer é ajudar. À partir de hoje não vou mais deixar minhas coisas espalhadas pela casa, vou fazer o meu prato sozinho e sempre que o sol não estiver muito forte, levo o Totó para passear. Quando eu casar, quero ter uma mulher assim como minha mãe: trabalhadora!“.
Terminando de ler a redação, a mãe em prantos abraça o filho, que suspira aliviado, tendo a certeza de ter se redimido.

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