Ainda não estamos na época, mas a goiabeira no fundo do quintal da casa dos avós de Daniel tem várias frutas verdes.
Diariamente o menino e os passarinhos da região, examinam goiaba por goiaba, esperando que elas tenham amadurecido de um dia para o outro.
– Esses passarinhos tem tempo de sobra e eu tenho que estudar de manhã… Eles ainda vão comer antes de mim – resmunga para o avô.
– Tem goiaba para todo mundo – diz o velhinho, acalmando o neto.
– Sem contar que eles dão algumas bicadas apenas, não comem a fruta toda de uma vez – completa.
– Credo! Eu não vou comer uma goiaba bicada por um pardal – reclama o menino, fazendo cara de nojo.
Mesmo com o avô dizendo que não haveria problema algum, Daniel não cogita a possibilidade de dividir uma fruta com os bichinhos.
Os dias vão se passando e as frutas começam a dar sinal de que estão amadurecendo.
Agora nosso amiguinho intensificou o monitoramento à goiabeira. Acreditem, ele até montou um verdadeiro quartel general próximo à árvore.
Como as frutas já começam a cheirar gostoso, os passarinhos ficam rondando o tempo todo.
Daniel grita para espantá-los, mas é repreendido pelo avô, que gosta dos pássaros no seu quintal.
Até agora as goiabas estão salvas, mas Daniel tem que correr para dentro de casa, pois uma tempestade está se formando.
A chuva começa a cair e o vento forte balança tudo.
Mais de uma hora depois, o céu volta a clarear e o menino corre para o fundo do quintal.
– Não! – grita.
A cena é desoladora. Todas as goiabas estão no chão, estouradas e sujas.
O vovô não se importa e recolhe todas, para lavar e fazer suco e doce.
– Eu queria comer uma goiaba que eu mesmo apanhasse do pé – choraminga.
Sentado no chão molhado, ele olha para a goiabeira, triste. Do muro, meia dúzia de pardais também observam.
vendo só? Nem para mim, nem para vocês!
Em breve o sol vai embora e a noite chega.
Daniel se recolhe e vai dormir chateado.
Na manhã seguinte ele nem tem vontade de ir para o quintal brincar, mas fica intrigado com o barulho que os passarinhos estão fazendo.
Ao se aproximar da árvore, vê dois pardais brigando para bicar uma goiaba que acabou escapando da tempestade do dia seguinte.
E lá está ela, madurinha, só esperando para ser apanhada.
O menino então corre e espanta os passarinhos, se aproximando da fruta e com um sorriso enorme no rosto, estica a mão em sua direção.
– Ei, cuidado comigo! – diz uma voz baixinho.
Nosso amiguinho dá um passo para trás e procura pelo dono da voz.
Ele está sozinho no quintal.
Espera um pouco e novamente se coloca em posição para apanhar a goiaba.
– Você de novo? Sai para lá! – diz novamente a voz baixinho.
– Que brincadeira é essa? Quem está falando? – grita Daniel, muito bravo, virando a cabeça para todos os lados.
– Sou eu, aqui na goiaba!
O menino então aproxima-se mais e olhando bem de perto, vê um furinho na fruta e um bichinho esticando-se todo para fora.
– Você fala? Mas você é um bicho? – gagueja Daniel.
Ôpa! Bicho não! Eu sou um bicho da goiaba! É outro nível! – reclama o bichinho.
Achando que está delirando, o menino arranca a fruta do galho e leva até o sol.
– Fala de novo comigo! – ordena.
Meio tonto, o bichinho demora a responder e Daniel, irritado, faz menção de atirar a fruta longe.
– O que você vai fazer? – grita então o bicho da goiaba.
– Eu não acredito… – diz Daniel, olhando novamente para o bichinho.
– Como é que pode? Você não fala!
Segurando-se firme o bicho da goiaba retruca:
– Claro que falo!
E antes que nosso amigo pudesse pensar, o bichinho agradece:
– Obrigado por me livrar daqueles monstros! Quase que me comem vivo…
De boca aberta, o menino não diz nada e quando o avô o chama para beber um pouco de suco, agacha-se e deixa a goiaba e o bicho em um canto.
Mais tarde quando volta não encontra mais a fruta. Aí coça a cabeça e volta para dentro, achando que sonhou acordado.
Será?

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