André sempre sonhou em ver a neve.
– É úmida! – constata o garoto, que rapidamente recoloca as luvas por causa do frio, enquanto os primos riem dele.
É inverno e ele foi convidado pelos tios a passar algumas semanas com eles na cidadezinha onde moram, no Canadá.
– Eu queria estar na praia agora – diz um dos primos, reclamando do desconforto da roupa pesada.
– Sol, castelos de areia e sorvete… – sonha o outro.
A vontade do primo em brincar na areia fez com que ele lembrasse do seu maior desejo:
– Vamos fazer um boneco de neve? – pede eufórico.
O primo mais velho olha ao redor e frustra André:
– Puxa cara, hoje não vai dar… Tem pouca neve. Mas o papai disse que essa noite vai nevar forte, então amanhã nós fazemos.
O garoto não reclamou, mas achava que se saíssem raspando toda a neve das calçadas, daria para fazer um boneco sim.
À noite ele pediu para ficar na sala, de frente para a lareira, olhando a chama queimar lentamente a lenha. Quase não consegue dormir, tamanha a ansiedade. Por várias vezes levantou-se e foi à janela conferir se estava nevando. Nada.
Vencido pelo cansaço, dormiu agarrado a algumas almofadas peludas.
Acordou com o cheiro forte do chocolate sendo preparado pela tia.
Mal cumprimentou o pessoal e já correu para a janela.
Ficou maravilhado com a paisagem toda branquinha, igual as que ele sempre viu nos filmes.
Praticamente engoliu o café da manhã e ficou à mesa encarando os primos, como que pedindo para que se apressassem.
Quando enfim os meninos fizeram menção de levantar, André já estava de pé à porta, louco para correr para fora.
João foi como ele batizou o primeiro boneco de neve.
– Nossa, achei que fosse mais fácil. Ficou todo torto… Eu teria medo se cruzasse com ele em uma noite escura… – disse o menino desanimado.
Mas como tudo era novidade para ele, fez outros três bonecos. Até que o último lembrava um pouco os que costumamos ver nos filmes.
No final da manhã já não tinha mais forças nos braços. Não saiu mais para brincar na neve naquele dia.
No dia seguinte sua animação já tinha diminuído e como o corpo todo doía, apenas arrumou um dos bonecos que havia sido parcialmente desmanchado. Entrou logo e ficou o dia todo assistindo televisão.
Em menos de uma semana seu amor pela neve tinha sumido e ele não via a hora de poder voltar para casa e correr pela rua, sem camisa e sentindo o sol no rosto.
Agora ele entendia a falta de entusiasmo dos primos com toda aquela neve e achava tudo muito chato.
– Não tem nada para fazer – escreveu para um amigo pela internet.
Os dias foram se passando e nosso amigo não sentia vontade de sair e brincar. Às vezes parava na janela e ficava observando João, ali, parado.
– Que coisa mais sem graça – pensava.
A viagem foi legal, mas ele não pretende mais visitar os primos, mesmo porque não curtiu ficar tanto tempo dentro do avião.
– Minha bunda ficou quadrada – foi a primeira coisa que disse ao pai quando chegou.
Última semana das férias e André curtiu muito.
Empinou pipa, jogou bola, foi à praia… Mas como nada é perfeito, reclamou do calor, dos mosquitos, da falta de água…
Vai entender, não é?

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