A lembrança mais remota de Valério é do seu cofre de porquinho.
Durante muitos anos ele foi acumulando as moedinhas que ganhava, ora de um tio que o visitava, ora de algum vizinho, que lhe pagava para carregar as compras ou arrancar o mato do quintal.
Desde cedo aprendeu o valor do trabalho e a não desperdiçar nada.
À época da infância dele, tudo era muito diferente de hoje em dia. Também, lá se vão pelo menos 60 anos!
As pessoas não jogavam nada fora. Uma lata vazia, era lavada e guardada, pois com certeza seria utilizada mais tarde.
Eram raras as coisas que vinham embaladas. Nos mercadinhos, comprava-se tudo a granel: arroz, feijão, açúcar, café… Até os doces!
Hoje ele está cuidando do neto e o menino, sempre curioso com uma mala enorme que o avô guarda em cima do guarda-roupas, pede para explorá-la.
– Nossa, eu nem me lembrava mais dela! A gente se acostuma com as coisas e elas acabam fazendo parte da decoração… – diz Valério.
E esticando-se todo, apanha a mala e a coloca no chão.
Uma assoprada mais forte e o pó acumulado durante anos, forma uma nuvem, que arranca risos do neto.
A fechadura está meio emperrada, mas ele consegue abrí-la.
Seus olhos se iluminam ao ver, logo de cara, o cofre de porquinho, que imediatamente é agarrado pelo seu neto.
– Que lindo, vovô!
O cofre é de louça rosa, por esse motivo ele nunca o mostrou para nenhum amigo. Naquela época os meninos não usavam nada dessa cor.
Lembrando disso e olhando para a camisa rosa que está usando, ri e pensa:
– Que bobeira…
Mas ele sabe que não poderia sair mostrando o cofre, pois os amigos zombariam dele, afinal de contas, era outra época.
– Olha, ele está cheio de moedas! Vamos abrir? Deve ter uma fortuna aqui dentro! – diz o menino, arregalando os olhos.
Os cofres antigos, só tinham a abertura para colocar as moedas. Por isso, para tirá-las, era preciso enfiar uma faca sem ponta na abertura, para usar como uma guia para as moedas passarem.
Imaginem o tempo que levou para esvaziar o cofrinho!
Conforme as moedas iam saindo, o neto exclamava:
– Que moeda estranha e suja! O que dá para comprar com isso, vovô?
– E com essa?
As moedas não serviriam para comprar nada, mas algumas talvez tenham um valor histórico.
Ele ficou pensando, pensando… Como foi que ele nunca usou as moedas do cofre?
Aí lembrou-se que no seu primeiro emprego, antes mesmo de completar doze anos de idade, passou a receber um salário que encheria um cofre daquele, todos os meses. Por isso o cofrinho foi ficando esquecido, de lado.
O neto sugeriu que limpassem as moedas e fossem vendê-las, para comprar alguns sorvetes.
Nosso amigo achou mais bonito deixá-las assim.
Separou algumas como recordação e o resto colocou em um saquinho de papel.
De chapéu na cabeça, lá se vai Valério, mãos dadas com o menino, negociar a sua fortuna!

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