Nelson chega todo cabisbaixo e o pai já sabe que algo aconteceu, mas fica quieto, como se não estivesse percebendo, esperando que ele tome a iniciativa de contar o que houve.
O menino senta ao seu lado, de cabeça baixa.
Fica assim durante um tempo e vendo que o pai não nota o seu sofrimento, dá uma tossida. Nada. Dá outra tossida e nada. Então resolve apelar e dá uma tossida tripla, esticando a última o quanto pode.
O pai, então, olha para o filho e pergunta:
– Está com a garganta ruim, amor?
Era a deixa que o menino queria e ignorando completamente a pergunta do pai, começa suas lamúrias:
– Meu balão fugiu… De novo!
Era o terceiro balão de gás que o pai havia comprado só naquela tarde e sabendo que se comprasse um outro, ele teria o mesmo destino, faz uma cara séria e diz:
– Filho… Você já está bem grandinho e eu acho que posso te contar um segredo.
– Pode sim, papai! Eu já tenho três anos! – responde o menino, assumindo um ar mais compenetrado.
O pai se ajeita, faz suspense e começa:
– Você nunca pensou no que acontece com os balões que saem voando?
O filho está sentado no chão, com o queixo apoiado nos joelhos e apenas mexe a cabeça em negativa.
– Pois bem – sussurra o pai, olhando para um lado e depois para o outro, certificando-se de que ninguém mais o ouve:
– Existe um lugar para onde vão os balões, quando eles fogem!
O menino arregala os olhos mas continua em silêncio.
– É um lugar bem alto, que fica acima das nuvens!
– Acima das nuvens? – repete o menino, em tom de pergunta.
– Sim! E é tão alto, que nem os aviões conseguem chegar lá!
– Uau! Mas então é perto do sol? E os balões não estouram? – pergunta, curioso.
Sorrindo, o pai senta-se à frente do filho e revela:
– Esse lugar é mágico! Os balões quando chegam lá, se transformam. A borracha deles, que aqui é fininha, fica mais grossa e forte.
O menino está maravilhado e continua perguntando:
– Então eles duram para sempre?
Pego de surpresa, o pai responde rápido:
– Isso eu não sei… Mas eu sei que todos eles nascem aqui, ficam um tempo para aprender algumas coisas conosco e depois vão embora voando.
Ainda com dúvidas, Nelson pergunta:
– E como eles sabem que tem que voar para chegar nesse lugar? Como eles sabem que esse lugar existe?
Essa o pai já esperava, então fala com toda propriedade:
– Você se lembra daquele filme que vimos, onde as tartaruguinhas saem dos ovos e já correm pela areia, para chegar até o mar?
– Sim, eu me lembro!
– Pois isso chama-se instinto. Todos os animais tem isso. Nós fazemos as coisas pelo impulso, como se soubéssemos o que estamos fazendo.
– Ah! Que legal!
Um tempo para que as novidades se processem na cabeça do menino e ele logo continua:
– Será que um dia nós vamos conseguir chegar lá?
– Não sei filho… Quem sabe um dia, um cientista descubra uma forma de podermos visitar esse lugar…
O garoto então se levanta e diz:
– Pois eu vou estudar bastante e inventar um jeito! Deixa comigo, papai!
Levantando-se rápido o pai comemora:
– Ôba! Mas enquanto esse dia não chega, vamos comer uma pipoca?
O menino pula nos braços do pai, que sai, levando-o de cavalinho até o carrinho de pipoca.

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