O tempo passa e a gente não percebe.
Para Margarete e Eugênio, parece que foi ontem que se conheceram. E lá se vão mais de sessenta anos!
– Lembra como eram gostosas as manhãs de sábado no rio? – pergunta a mulher.
Abrindo um sorriso enorme, Eugênio confirma:
– Se lembro… Nós ficávamos tanto tempo dentro da água, que a pele até enrugava!
– É… E que bagunça nós fazíamos! – diz Margarete com o olhar distante.
Ajeitando-se na cadeira e apertando a barriga, o senhor reclama:
– Àquela época eu não tinha essa barriga enorme. Podia comer de tudo que não engordava!
Rindo a esposa confirma:
– Isso é verdade! Você parecia uma vareta, de tão magro que era!
A barriga dele ronca e o homem olhando para ela, diz:
– Não se pode falar em comida que você já se manifesta?
Fechando os olhos e lambendo os lábios, a senhora parece em transe.
Ai… Lembrei da mesa que minha mãe arrumava na varanda, com o lanche da tarde! – diz ela.
Humm! Estou sentindo o cheiro do café passando pelo coador de pano! – suspira ele.
Margarete junta as mãos e de olhos arregalados, sonha acordada:
– Bolinhos de chuva com banana…
– Com canela polvilhada em cima! – grita Eugênio.
– Vamos parar com isso, pois estou engordando só de lembrar – pede a mulher.
Sorrindo, os dois se recostam nas cadeiras e relembram em silêncio das delícias gastronômicas.
De olhos fechados, Eugênio pega nas mãos de sua esposa e fala sobre os finais de tarde.
– A melhor parte do dia era quando o sol ia dormir – diz.
– Nossa! – suspira Margarete.
E depois de uma pausa, continua:
– Eu me lembro como se fosse hoje… Nós ficávamos sentados no chão, olhando o sol se pôr!
– Era lindo demais vê-lo sumir por detrás das montanhas – diz ele.
Virando-se de frente para ele, ela continua a narrativa:
– O céu ia escurecendo e aos poucos as estrelas iam aparecendo…
– Um milhão delas! – emociona-se Eugênio.
A mulher dá uma gargalhada.
– Você dizia que ia contar uma a uma e passava boa parte da noite fazendo anotações naquele caderninho velho…
– Que eu tenho até hoje! – diz ele.
– Enquanto o seu pai e o meu ouviam rádio, nossas mães emendavam retalhos para fazer colchas, lembra? – pergunta Margarete com os olhos marejados.
Com um nó na garganta, o marido apenas acena que sim com a cabeça.
Os dois se abraçam e continuam a recordar, agora em pensamento.

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