Dona Dora abre os braços e reclama:
– De novo?
Agacha-se e recolhe alguns pedaços de talos de cenoura e os examina, como um detetive na cena de um crime.
– Hum… Isso aqui foi mastigado – diz, remexendo as folhas das plantas em sua horta.
– Estranho que não tem pegadas… Mas a terra está remexida – fala consigo, coçando a cabeça.
Recolhe os restos da planta picada e enterra para servir de adubo, levanta-se e entra na casa.
Depois de algum tempo, o silêncio é quebrado. O barulho é igual ao de dedos estalando, só que mais forte.
A folhagem próxima à parede se mexe e dois olhinhos assustados aparecem, mas como a porta da cozinha se abre, o que quer que seja que estivesse alí, some como num passe de mágica.
A senhora aparece com um regador e começa a molhar generosamente as plantinhas, que parecem agradecer.
O dia passa e a luz do sol está ficando cada vez mais fraca. Dona Dora já se recolheu e no quintal, somente o vento e… O que é isso? Uma sombra passa rápido. Será um gato? Será um rato? Será um hipopótamo? Hipopótamo? Onde já se viu um bichão desses na cidade? Bom, vamos voltar à estória.
Enquanto tentávamos adivinhar o que era, a sombra sumiu… Mas dá para ouvir um barulhinho que vem do fundo do quintal. Parecem dentinhos mastigando.
A noite passa calmamente.
Agora o dia vem amanhecendo e lá vem dona Dora para cuidar da sua horta.
Ela vem se aproximando e resmungando:
– Eu não acredito! Tem alguém roubando as minhas cenouras de novo?
A senhora gosta muito das suas plantinhas, tanto que dedica boa parte do dia, cuidando delas.
– Ah, mas eu vou dar um jeito nisso! E vai ser hoje! – diz, brava.
Algum tempo depois ela volta com uma espécie de gaiola, que coloca cuidadosamente no meio da horta. Apanha uma cenoura, coloca dentro e sai.
– Agora vamos ver se pego esse ladrãozinho!
Durante todo o dia ela passa na janela, atrás da cortina, espiando para ver se flagra alguma coisa. Nada feito!
O sol novamente vai embora e a senhora, cansada, se rende.
– É melhor ir dormir. Amanhã vejo isso – murmura.
Mal o dia clareia e ela já está de pé, indo para o quintal.
De longe já pode ver que sua armadilha pegou algo.
Ao se aproximar, sua primeira reação é brigar:
– Ah, então é você quem estava roubando as minhas cenouras?
Mas ao abaixar-se para ver mais de perto, acaba se encantando:
– Meu Deus, que lindo! Um coelhinho! – diz, enquanto vai abrindo a porta da gaiola e pegando o bichinho no colo.
E não é que ele gostou dela também! Normalmente a primeira reação de um bichinho assustado é se debater e tentar fugir. Qual o quê! Esse quer mais é colo!
– Que bonitinho é você! De aonde você veio? Que eu saiba, ninguém por aqui tem um coelhinho…
A mulher coloca-o no chão, esperando que ele fuja, dando uma pista para ela, de onde ele vem. Nada feito. Ele resolve sentar sobre os pés dela e alí fica, até que ela se estica e arranca uma cenoura para dar ao seu novo amiguinho.
Dona Dora então, ergue uma cerca em volta de sua horta e diariamente deixa uma cenoura e alguns talos suculentos, para o seu novo amigo, que a visita e fica por alí durante toda a manhã.
E assim, nasce mais uma bonita amizade!

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