Alice saiu muito nova do seu reino para estudar em outro país.
Longe de casa ela vivia uma vida normal, como qualquer outra menina da sua idade.
Por fim, depois de muitos anos longe, chegou a hora de voltar.
Ela está ansiosa e não sabe o que esperar.
Seus amigos de escola, que até então achavam que a estória dela ser uma princesa era brincadeira, estão tristes porque ela vai embora.
– Quer dizer que você é mesmo uma princesa de verdade? – pergunta incrédulo Fabinho, já com água nos olhos.
A menina não responde, apenas confirma balançando a cabeça.
Seu coração está tão pequeno, que ela sente falta de ar e uma vontade louca de chorar.
– Não fique assim, Vossa Majestade! – brinca Eliana, querendo que a amiga ria um pouco.
Abraçando quantos pode ao mesmo tempo, Alice pede que eles não se esqueçam dela e promete que assim que for possível, voltará para vê-los.
Já está na hora de embarcar, pois o avião não espera ninguém, nem mesmo uma princesa.
Ainda com os olhos úmidos, ela vê pela janela a cidade na qual viveu quase toda a sua vida, ficando para trás.
A viagem é longa e logo ela adormece, acordando somente com o barulho das pessoas no corredor do avião, preparando-se para desembarcar.
Antes de sair porém, seus acompanhantes retiram uma pequena coroa de uma caixa de veludo e colocam em sua cabeça.
Assim que ela aparece na porta do avião, uma banda começa a tocar o hino do seu país e uma verdadeira multidão, que tomou a pista do aeroporto, a saúda com gritos e assovios.
Ela toma um choque, pois não esperava esse tipo de recepção.
Uma das mulheres que lhe acompanha, orienta-a para que ela desça as escadas, degrau por degrau, acenando e sorrindo para as pessoas.
Lá embaixo ela pode ver seus pais a esperando e seu impulso é sair correndo e se atirar nos braços deles, mas acha que não seria o comportamento esperado de uma princesa.
O caminho até seu castelo foi feito em uma carruagem branca, puxada por seis cavalos igualmente brancos.
O povo gritou o seu nome durante todo o percurso.
Tudo era muito novo e diferente para ela.
A princesinha não acreditou quando uma criada veio lhe ajudar a tirar a roupa antes do banho e outra que lhe secou os cabelos e ajudou a se vestir.
– Eu tenho um contador de estórias só meu! – conta para as amigas pelo telefone.
Raramente ela se senta à mesa com os pais. A comida é servida em seu quarto.
– Um exagero amiga! Tem comida suficiente para alimentar a nossa turma toda por uma semana!
E esticando os pés para que uma criada lhe faça as unhas, conta:
– Só para você ter ideia, a minha cama é maior do que o quarto onde eu dormia ai.
Mas nem tudo são flores.
Princesas tem algumas obrigações. Umas delas muito chatas, como acompanhar os filhos dos nobres em caçadas.
– É cruel matar os bichinhos sem motivo! – reclama para um dos meninos, que apesar de se sentir insultado, não ousa responder para ela.
Hoje sua mãe veio vê-la e foi muito direta no assunto que a trouxe: casamento.
– Eu, me casar? Mas tenho apenas doze anos, mamãe.
A rainha não é de sorrisos e apenas diz:
– Eu me casei com seu pai, dois dias depois de completar onze anos.
– E a senhora se arrepende? – arrisca a pergunta a filha.
Olhando diretamente para a menina, a rainha apenas responde:
– Eu sou a rainha, não sou? – e sai.
Se Alice for colocar na balança os pontos positivos e os negativos em ter voltado, com certeza ainda vai ter valido a pena.
O único detalhe que a entristece é que mesmo tão perto dos pais, eles parecem tão longe.
– Tem semanas que eu não os vejo nenhuma vez – reclama para uma amiga.
Quem olha a situação de fora, pode achar que a vida da princesinha é ruim, mas não é! Ela se diverte muito e com o tempo vai entendendo que os pais tem suas obrigações com o povo e que por isso, suas vidas pessoais ficam em segundo plano.
Ah, mas mesmo cheio de mordomias, comida boa e muito dinheiro, eu prefiro ser plebeu*!

* plebeu: pessoa de um reino, que não pertence à nobreza, pessoa comum.

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