Olá Amiguinho!
A estorinha de hoje é continuação de O abacate e o morango, publicada no dia 14 de julho de 2016. Se quiser lê-la, para entender melhor a de hoje, basta CLICAR AQUI!

Da última vez que vimos nossos amiguinhos, eles tinham adormecido debaixo de uma folhagem, fugindo de uma vaca faminta.
Agora os primeiros raios de sol já começam a aparecer e todo mundo vai tratando de cuidar da sua vida.
O moranguinho acorda, limpa a baba da boca e vê que está deitado abraçado com o abacate.
Ôpa, sai para lá! Eu sou homem! – grita, dando um susto no amigo, que salta e dá alguns golpes de karatê no ar.
– O que foi, o que foi? – grita.
Se recompondo, o Moranguinho reclama:
– Você, que estava dormindo de conchinha comigo!
Fazendo careta o abacate retruca:
Hum, sei nada disso não…
A discussão certamente se alongaria, mas o mugido de uma vaca faz com que eles saiam correndo dali.
O primeiro lugar onde tentaram se esconder foi na plantação de morangos, mas o pessoal não gostou da ideia dos dois terem trazido as vacas atrás deles e mandou que fossem embora.
Sentado em uma pedra, de cabeça baixa, o moranguinho lamenta:
– E agora? O que vai ser de mim? Sem casa, sem amigos, sem futuro…
– Ei! Eu estou com você, amigo!
Com uma cara de quem está pronto para dar uns sopapos* no Abacate, o Moranguinho comenta irônico:
– Nossa! Mas então eu não tenho com o que me preocupar, não é mesmo?
Estufando o peito, o amigo Abacate abaixa-se e enfia os dedos na terra úmida, para depois passar no rosto, como os índios fazem antes de ir para a guerra.
E num passo aproxima-se do moranguinho, rabiscando seu rosto também.
– Vamos! Agora somos aventureiros sem rumo! Vamos desbravar esse lugar e encontrar um canto seguro para morarmos! – diz o Abacate.
Não acreditando que o amigo tenha dito uma besteira tão grande, o Moranguinho reclama:
– Você está louco? Por acaso comeu o cocô da vaca? – diz, arregalando os olhos.
– Nós não duramos nem um minuto ai fora, com tantas vacas nesse pasto! – completa o Moranguinho.
Coitado dele… É tão mirradinho** que é agarrado pelo Abacate, que não ouviu uma palavra sequer do que ele disse.
– Vamos! Não temos tempo a perder! – diz o Abacate, arrastando o moranguinho pelo braço.
Pé ante pé eles vão ganhando terreno e se afastando cada vez mais do único lugar que o Moranguinho já tinha conhecido e que para ele era o seu lar.
Às vezes se jogam no chão para não serem vistos e ficam imóveis durante um tempo.
O sol agora está castigando forte e o Moranguinho está delirando com o calor e com a sede.
– Eu não aguento mais – diz ele se jogando de cara no chão.
O Abacate nem discute e apanha o amigo no colo, continuando a caminhada.
Pouco tempo depois, nem mesmo o Abacate está conseguindo suportar a jornada debaixo do sol causticante***.
Quase entregando os pontos ele consegue ver, próximo dali, um buraco na terra. Reúne então o resto de suas forças e segue firme.
– Parece o buraco de algum bicho – diz, antes de cair desmaiado para dentro.
Muito tempo depois os dois vão recobrando a consciência e começam a gritar:
– Ai! Um monstro!
Os amigos estão tão exaustos que não conseguem se mexer e começam a imaginar que o fim está próximo.
Ah, muito obrigado! Eu salvo a vida de vocês e ainda sou chamado de monstro! – diz um enorme coelho sentado à frente dos dois.
– Você não vai nos comer? – pergunta o Moranguinho em pânico.
– Eu sou um coelho, não posso comer abacate e nem morango! Agora, se você tivessem caído na toca do tatu… Aí eu não sei não…
Envergonhados, nossos amiguinhos se desculpam.
– Escute, estamos procurando um lugar seguro para ficar. Pode nos ajudar a encontrar? – pergunta o Abacate.
Coçando a barbicha, o coelho responde:
Hum, pode ser… Mas não dá para ir hoje, pois já escureceu. A noite é muito perigosa para mim. A coruja vive querendo me pegar e à noite ela enxerga muito bem.
E deitando-se, convida:
– Deitem-se. Fiquem à vontade! Amanhã levo vocês até lá.
Bom amiguinhos, nós também vamos dormir porque é tarde. Outro dia terminamos essa estorinha, ok?

* sopapos: tapas.
** mirradinho: que se desenvolveu pouco, miúdo, pequeno.
*** causticante: muito quente.

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